TEMPOS DE MUDANÇA: FESTIVAL DE ARTE DE RUA


A Mongólia é um país a duas velocidades. Enquanto no campo e na estepe se mantêm os modos de vida ancestrais e o nomadismo continua fortemente presente, a capital distingue-se cada vez mais pelas suas manifestações marcadamente urbanas. Com mais de um milhão de habitantes, mais de um terço de todo o país, Ulan-Bator está hoje muito longe do seu período socialista, em que a forte influência soviética normalizava aparências e comportamentos.

As comunidades artísticas, hoje livres para se exprimirem, podem agora organizar eventos como o Primeiro Festival de Arte de Rua da Mongólia, que decorreu em Ulan-Bator. O francês Thomas Deschamps deu uma ajuda neste arranque, até porque a ideia veio também da Alliance Française de Mongolie. Pintou-se um mural de 75 m2, com a participação de trinta e quatro artistas.


Depois disso, as coisas estão a ganhar mais volume. O artista Faile, convidado pelo Festival Tiger Translate, trouxe um stencil para uma das ruas do bairro universitário e produziu uma escultura para um parque da cidade, em parceria com Batmunkh, um escultor mongol.

Nas minhas últimas passagens por Ulan-Bator, senti manifestações de arte de rua cada vez mais presentes, até encontrei stencils no muro da State Department Store e grafitis em tampas de esgoto da Peace Avenue, a principal artéria da cidade. Estamos mesmo a viver tempos de mudança na Mongólia. 

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